«Contemplar o Deus Menino é um convite a irmos às fontes e às raízes da nossa fé. Em Jesus a fé faz-se esperança, torna-se fermento e bênção: Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar com uma ternura que nunca nos desilude e que sempre nos pode restituir a alegria.»
Papa Francisco
É com muita alegria que no Natal vimos sempre junto de vós, para vos dar o nosso abraço fraterno e agradecer a Deus por vos ter colocado no nosso caminho e juntos podermos fazer parte da família de Deus.
Em Jesus, não encontramos apenas o nosso Salvador, mas também Aquele que nos torna próximos, que nos faz sentir alegria de estarmos unidos no caminho da vida e sentirmos alegria de termos lugar no coração uns dos outros. Na verdade, quando dizemos que vamos rezar por vocês, o que dizemos é que vos amamos com o amor de Jesus. Aquele amor que nos fortalece para seguir em frente, nos dá animo quando nos sentimos desanimados, que nos sustem quando a doença bate à nossa porta, que nos infunde esperança quando nos sentimos mais sozinhos e abatidos. Rezar não é outra coisa que amar cada pessoa com o amor de Deus, falar a Deus de cada um de vocês e pedir-Lhe que os abençoe e lhes conceda a todos aquelas graças e dons que cada um mais necessita.
Este ano é um ano muito especial, vamos viver o Jubileu como peregrinos da Esperança. E a oração abre a porta da esperança, porque nos faz confiar que Deus está connosco e nos acompanha no caminho, mesmo que a nossos olhos pareça que não. A certeza de que Deus nos acompanha é sempre uma razão de esperança, de alegria e de paz.
A esperança, a que o Papa nos convida, é, de facto, o levantarmos os olhos mais a além daquilo que os nossos olhos veem e os ouvidos escutarem mais longe do que diariamente ouvem. Vemos cenários de guerra fruto da liberdade mal-usada, ouvimos notícias de angústia, destruição e tristeza fruto da ausência de Deus. Os homens escolheram por Deus fora da vida e os resultados estão à vista de todos.
Mas, Deus mesmo sabendo das nossas más escolhas não deixa de querer celebrar connosco a festa do Seu Amor por nós. Na verdade, o Natal do Filho de Deus acontece por nossa causa, a razão do Verbo nascer num corpo como o nosso, ter uma mãe como as nossas e um nome como o das pessoas da sua aldeia está em função de nós, da possibilidade de conhecermos o grande amor que Deus nos tem.
O Natal podia chamar-se a Festa do grande Amor que Deus nos tem, porque é isso que encontramos no Presépio. O amor na forma de um corpo deitado numa manjedoura, sem lugar para nascer na hospedaria. Hoje diríamos sem casa para nascer.
É bonito que, ao não ter lugar para nascer no nosso mundo, Deus nos ofereça o Coração de Jesus para nos aquecermos, para encontrarmos o amor que é alegria e faz festa nas nossas vidas. O Coração de Jesus é sempre uma pousada de amor para todos os que nele batem à porta, através da oração. O Coração de Jesus é a casa, que hoje, Deus nos oferece para nascermos. O Coração de jesus é a fonte de amor que pode renovar os nossos corações e enchê-los de paz e esperança. O Coração de Jesus é a gruta onde Deus nos convida a celebrar o Natal, isto é, a enchermo-nos do seu amor para amarmos e colaborarmos na construção de um mundo novo. O coração de Jesus é o lugar onde podemos ter esperança duns novos céus e uma nova terra, uma nova sociedade, um novo mundo.
«Contemplar o Deus Menino é um convite a irmos às fontes e às raízes da nossa fé. Em Jesus a fé faz-se esperança, torna-se fermento e bênção: Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar com uma ternura que nunca nos desilude e que sempre nos pode restituir a alegria.»
Que a nossa gruta de Belém, hoje, seja o Coração de Jesus e aí descubramos o grande amor que Deus nos tem, a ponto de se fazer carne da nossa carne e ter um nome como os nossos nomes. Um nome que nos permite chamar por Deus e encontrá-lo sempre à nossa espera. É o Coração de Jesus que nos diz: «Vinde a mim e encontrareis a paz».
Que neste Natal nos encontremos todos na gruta do Coração de Jesus e aí a nossa fé se faça esperança, fermento e bênção de amor, e, recomecemos o novo ano de 2025 com a ternura que nunca desilude e que sempre nos pode restituir alegria. Permaneçamos unidos no amor, na esperança, na fé, na paz e na alegria e façamos a festa de Deus, o Deus derramado nas nossas vidas!
Santas e Felizes festas de Natal e um abençoado ano de 2025 desejam-lhe as Irmãs Carmelitas do Carmelo de Cristo Redentor!