Quero começar por lhes dizer que me sinto muito feliz por poder partilhar a beleza de Deus presente num estilo de vida como o de uma carmelita Descalça. Uma Vida Consagrada integralmente Contemplativa.

1. Porquê a vida consagrada hoje, num convento de clausura?

Vida Consagrada hoje,

Gosto de ver a Vida Consagrada desde um versículo do capítulo 3 de S. João: «Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu próprio Filho, para que todo o que n’Ele crê tenha a vida eterna».

Desde esta perspetiva dizemos: Deus ama tanto mundo que lhe dá os consagrados para que todos os que os vêm encontrem um sinal de vida eterna.

E sabemos que a vida eterna é o conhecimento de Deus, como diz Jesus: A vida eterna é esta que te conheçam a Ti, ó Pai, como único Deus verdadeiro e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo. O conhecimento que nasce da relação com Deus é já vida eterna, é já contemplação.

E falando em Consagração falamos em relação – Uma vida de relação com Deus. Uma vida a ser consagrada todos os dias.

Num Convento de Clausura

Muitas vezes para falarem de nós as pessoas dizem: é uma freira que vive num convento de clausura. É verdade, mas isto não define a nossa Vida Consagrada. O que define a nossa vida Consagrada é o sermos contemplativas.

Nós entendemos que o sinal exterior que mais impacta as pessoas é a clausura, porque para elas significa o estarmos fechadas num convento. Para nós clausura, silencio, solidão são tudo sinónimos de liberdade, asas para voar, encontro com Deus.

Na realidade, quando falamos de convento de clausura, queremos dizer um convento de Vida Contemplativa: Vida de união com Deus.

Contemplar é como ir em peregrinação, ao nosso interior, à terra santa do nosso coração e aí ver inscritas e saborear as verdades da fé, que nos fazem participar no mistério de Cristo. Como tão bem diz S. João da Cruz: «Deus é meu e para mim, porque Cristo é meu e todo para mim». Contemplar permite que Deus se faça nosso e nos faça suas.

Na concreto trata-se de ver na fé, deixar-se iluminar pela luz de Deus, de saborear no amor, deixar-se possuir pela sabedoria da amor, e participar no mistério de Cristo em Esperança, que não é outra coisa que permanecer n’Ele de coração aberto, à espera de Deus que vem e Se faz nosso.

Clausura para santa Clara significava o anel nupcial que unia cada irmã com Deus. Trata-se do amor Exclusivo a Deus e do estar unido a Ele. Na realidade a clausura significa que Deus está presente no meio de nós e que nós vivemos na Sua presença. E como diz Santa Teresa e muito bem: “Só Deus basta!” Se Deus está presente nada mais é necessário.

A clausura vista neste âmbito de plenitude de presença de Deus lança-nos no horizonte de relação. Se Deus está presente eu relaciono-me com Ele. Então dizemos que a clausura é a circunstância da relação com Deus, isto é, da vida totalmente entregue a Ele pela imolação e a oração por todos os homens e mulheres do nosso mundo. Desta forma a clausura torna-se posse da Terra prometida, a solidão comunhão com Deus e o silencio escuta de Deus

O Papa Francisco tem umas palavras muito belas para falar de nós e da nossa relação com o mundo e não resisto a lê-las, porque são demasiado luminosas. Diz Ele:

«Não é fácil que este mundo – pelo menos a grande parte dele que obedece a lógicas de poder, riqueza e consumo – compreenda a vossa vocação especial e a vossa missão escondida, e contudo tem uma necessidade imensa dela. Como o marinheiro no mar alto precisa do farol que indique a rota para chegar ao porto, assim o mundo tem necessidade de vós. Sede faróis para os que estão perto e sobretudo para os afastados. Sede tochas que acompanham o caminho dos homens e mulheres na noite escura do tempo. Sede sentinelas da manhã (cf. Is 21, 11-12) que anunciam o nascer do sol (cf. Lc 1, 78). Com a vossa vida transfigurada e com palavras simples ruminadas no silêncio, indicai-nos Aquele que é caminho, verdade e vida (cf. Jo 14, 6), o único Senhor que oferece plenitude à nossa existência e dá vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Gritai-nos como André a Simão: «Encontramos o Messias» (cf. Jo 1, 40); anunciai, como Maria de Magdala na manhã da ressurreição: «Vi o Senhor!» (Jo 20, 18). Mantende viva a profecia da vossa existência doada. Não tenhais medo de viver a alegria da vida evangélica segundo o vosso carisma.»

2. Desafios da Vida Consagrada – Contemplativa no mundo de hoje

Eu creio que o maior desafio da Vida Consagrada contemplativa ao mundo de hoje situa-se no âmbito da Profecia. Profeta é aquele que torna Deus presente. Aquele que com a sua vida grita silenciosamente: «Vive o Senhor em cuja presença estou.» Tornar presentes as realidades futuras. Confesso que existe uma certa cumplicidade entre a minha vocação carmelita e o Profeta Elias inspirador da Ordem.

Deste caracter profético destaco 3 desafios:

O desafio de conhecer o Deus que habita no mundo e o sustém, o Deus Vivo e Verdadeiro

O desafio da Oração que abre a porta da esperança e faz novas todas as coisas.

O desafio da fraternidade – espelho da Trindade no mundo

A confissão do Deus Vivo e Verdadeiro – que surge como provocação ao mundo para descobrir o sexto continente. O sexto continente é o continente do coração, que nos leva a viajar para o interior de nós mesmos e descobrir as belas paisagens que temos gravadas em nós e tudo pela força do amor com que somos amados, do amor com que Deus nos ama. É a experiência da samaritana, depois do encontro com Jesus:

Ela sai ao encontro dos homens da aldeia e diz: vinde ver um homem que disse tudo o que eu fiz? Não será Ele o Messias? Eles foram e viram e no final dizem: Agora, já não acreditamos porque tu nos disseste, mas porque vimos com os nossos próprios olhos.

O mundo precisa aprender a ver com os nossos olhos, iluminados pela fé, o que tem gravado no coração. O mundo, a Humanidade, precisa conhecer-se conhecer a sua verdade.

Precisa arriscar e partir da superfície para o interior, do light para a profundidade, do supérfluo para o essencial. Não se trata de sermos mergulhadores para explorarmos o fundo do mar, nem muito menos astronautas para descobrir o que se passa na lua e nem sequer exploradores de uma mina de ouro.

Trata-se de se Submergir no Amor de Deus – fazer a experiência do “Me amou e se entregou por mim”, de S. Paulo. Submergir-se no Amor de Deus é o desporto mais radical de todos os tempos. É o desporto que começa no tempo e termina na eternidade. Este é o desporto da Vida eterna.

A Humanidade precisa reconhecer e saborear a beleza de Deus que encontramos em nós, porque na verdade Ele diz a cada um de nós: “Tu és o meu filho muito amado em quem derramo as minhas complacências”.

A Fraternidade

A Comunidade fraterna – É espelho da Trindade

A vida fraterna em comunidade é um elemento essencial da vida religiosa em geral e, de modo particular, da vida monástica, embora na pluralidade dos carismas.

A relação de comunhão é uma manifestação daquele amor que, brotando do coração do Pai, nos inunda através do Espírito que o próprio Jesus nos dá. Somente tornando visível esta realidade é que a Igreja, família de Deus, pode ser sinal duma união profunda com Ele e oferecer-se como a morada no seio da qual esta experiência é possível e vivificante para todos. Cristo Senhor, chamando alguns a compartilhar a sua vida, forma uma comunidade que torna visível «a capacidade de comunhão dos bens, do afeto fraterno, do projeto de vida e de atividade; capacidade essa, que provém do facto de terem acolhido livremente o convite para O seguir mais de perto».A vida fraterna comunidades cristãs, procuram formar «um só coração e uma só alma» (At 4, 32), «apresenta-se como uma confissão trinitária».

A relação fraterna é reflexo do modo de Deus ser e se doar a nós

A comunhão fraterna é reflexo do modo de ser e doar-Se de Deus, é testemunho de que «Deus é amor» (1 Jo 4, 16.08). A vida consagrada confessa acreditar e viver do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e por isso a comunidade fraterna torna-se reflexo da graça do Deus Trindade de Amor.

Processo de continuo crescimento que leve a viver uma autêntica comunhão fraterna

A vida num convento de vida contemplativa inclui a vida comunitária num processo contínuo de crescimento que leve a viver uma autêntica comunhão fraterna, uma koinonia. Isto requer que todos os seus membros se sintam construtores da comunidade e não meros usufruidores dos benefícios que dela possam receber. Existe uma comunidade enquanto nasce e se edifica com a contribuição de todos, cada qual segundo os próprios dons, cultivando uma forte espiritualidade de comunhão, que leve a sentir e viver a mútua pertença. Só assim é que a vida comunitária se tornará uma ajuda recíproca na realização da vocação própria de cada um.

O que esperam de nós os homens e mulheres do nosso tempo

Os homens e mulheres do nosso tempo esperam um testemunho de verdadeira comunhão fraterna que mostre, vigorosamente, a uma sociedade marcada por divisões e desigualdades que é possível e bom viver juntos (Sal 133, 1), não obstante as diferenças entre gerações, diferenças de formação e, às vezes, culturais. As comunidades são sinais credíveis de que estas diferenças, longe de constituir impedimento à vida fraterna, a enriquecem. A unidade e a comunhão não significam uniformidade, pelo contrário nutrem-se de diálogo, partilha, ajuda mútua e profunda humanidade, especialmente para com os membros mais frágeis e necessitados.

A Vida fraterna em Comunidade é a primeira forma de Evangelização

No seu longo discurso de despedida Jesus diz aos Apóstolos e a nós: «Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35).  O desafio do Amor transforma o mundo e as pessoas que nele habitam.

A oração

A Oração é a porta da esperança para o nosso mundo. A Oração é o abraço de Deus à humanidade, com a oração nós abraçamos o mundo.

Diz-nos o Papa Francisco:

«Sois como aquelas pessoas que trouxeram um paralítico à presença do Senhor, para que o curasse (cf. Mc 2, 1-12). Através da oração, dia e noite, aproximais do Senhor a vida de tantos irmãos e irmãs que, por variadas situações, não O podem alcançar para experimentar a sua misericórdia sanadora, enquanto Ele os espera para lhes conceder a graça. Com a vossa oração, podeis curar as chagas de tantos irmãos.

Mediante a oração de intercessão, tendes um papel fundamental na vida da Igreja. Rezai e intercedei por tantos irmãos e irmãs presos, migrantes, refugiados e perseguidos, por tantas famílias feridas, pelas pessoas sem trabalho, pelos pobres, os doentes, as vítimas das várias dependências… limitando-me a citar algumas situações que se tornam, de dia para dia, mais urgentes.»

A Oração é relação com Jesus e por Jesus com toda a Trindade e com Maria.

A contemplação de Cristo tem, na Virgem Maria, o seu modelo insuperável. O rosto do Filho pertence-Lhe por título singular. Mãe e Mestra de perfeita configuração com o Filho, mediante a sua presença exemplar e materna serve-nos de grande apoio na fidelidade diária a uma oração (cf. At 1, 14) peculiarmente filial.

A Oração muda o percurso da história e a sorte da humanidade

O livro do Êxodo mostra-nos como Moisés, com a sua oração, decide as sortes do seu povo, garantindo a vitória deste sobre o inimigo quando ele consegue manter elevados os braços invocando a ajuda do Senhor (cf. 17, 11). Este texto parece-me uma imagem muito expressiva da força e eficácia da oração contemplativa em favor da humanidade inteira e da Igreja, especialmente dos seus membros mais vulneráveis e necessitados.

Hoje, como então, podemos pensar que as sortes da humanidade se decidem no coração orante e nos braços levantados das contemplativas.

Diz-nos o Papa Francisco: «Exorto-vos a «nada antepor à opus Dei”, para que nada vos obstaculize, nada vos separe, nada se interponha no vosso ministério orante. Deste modo, através da contemplação, transformar-vos-eis na imagem de Cristo, e as vossas comunidades tornar-se-ão verdadeiras escolas de oração.»

Concluindo: Estes três desafios são já antecipação do Reino de Deus nesta terra. São sinal dos novos céus e da nova terra, do novo sentido que todas as coisas adquirem em Cristo, enquanto nosso Salvador.

Na vida contemplativa as coisas, a vida, os dias, as horas e os momentos são enxertados na história de salvação que Deus faz com a humanidade e adquirem o estatuto de comunhão com Deus. A vida concreta tem o sentido de relação de Deus, de história divina num mundo humano. Nada há fora de Deus. «Nele somos nos movemos e existimos. Somos da raça de Deus», como nos diz o livro dos Atos dos Apóstolos.

3. Como é que a Vida Contemplativa vive a dimensão da esperança?

A vida contemplativa está impregnada pelo dinamismo da esperança. O dinamismo do já e do ainda não, do impulso para Deus, e, isto é esperança. A esperança é como ar que nos faz andar, nós não vemos, mas é ele que ao entrar em nós, activa todos os nossos órgãos e capacita-nos para andar. A esperança é o dinamismo que nos faz andar em direção a Deus, a esperança é os pés da alma.

Estamos submersos na esperança e nem sempre nos damos conta disso. Ao diário vivemos em atitude de espera. Não uma espera vazia, que não existe. Mas uma espera em companhia. Uma espera acompanhada pela confiança; uma espera acompanhada pelo despojamento; uma espera acompanhada pela paz; uma espera acompanhada pela oração; uma espera acompanhada pela fraternidade, os irmãos que nos sustêm. A esperança envolve-nos por todos os lados.

Dei-me conta do lugar da esperança na minha vida ao preparar-me para viver este jubileu como peregrina de esperança.

Comecei por situar-me diante da grande esperança de Maria e da minha grande esperança.

A grande espera de Maria é a esperança do seu povo, a Vinda do Messias. Maria espera a Vinda do Messias.

A minha grande esperança é a esperança da minha vocação, isto é, a união com Deus.

Temos 3 passagens no Evangelho de S. Lucas que nos falam com Maria viveu a espera do Messias.

«Alegra-te Maria. Cheia és de graça. O Senhor está contigo.»

  1. Diante desta saudação Maria fica perturbada e pensava o que seria aquilo. Este pensar significa discorrer: «Maria discorria o que significaria aquela saudação» – Lc 1,29.

Discorrer significa dialogar: Maria entra em diálogo com a Palavra.

Maria Desenvolve um diálogo interior com a Palavra que lhe foi dada, dirige-se a ela e deixa que ela se lhe dirija, para descobrir o seu sentido.

2. A visita dos Pastores à gruta de Belém

«Maria guardava todas estas coisas meditando-as em seu coração» Lc 2, 19.

Este guardar as palavras no coração, este meditar, este recordar tudo o que lhe foi dito – recorda-nos a função do Espírito Santo no Evangelho de João:

«Ele recordar-vos-á tudo o que eu vos disse e vos guiará para a verdade plena.» 

Maria vê nos acontecimentos, nas «palavras», ocorrências plenas de sentido, porque provêm da vontade de Deus que a tudo dá sentido.

Maria traduz os acontecimentos em Palavra, penetrando na Palavra e Tomando-a no seu coração, no espaço interior de compreensão, no qual sentido e espírito, entendimento e sentimento, contemplação interior e exterior se interlaçam.

O que se passa no exterior adquire no coração um lugar de permanência, podendo gradualmente revelar a sua profundidade sem que a memória do acontecimento seja apagada.

3. O encontro de Jesus no templo entre os doutores da lei

«Eles não entenderam o que lhes disse» Lc 2, 50

Esta atitude de Maria mostra que, mesmo os que acreditam e estão abertos a Deus, as Suas palavras nem sempre são compreensíveis e inteligíveis num primeiro momento.

Maria não compreende o filho, mas guarda a palavra no seu Coração.

Maria ama a palavra de Deus, trá-la no seu coração, medita-a dia e noite, e, é penetrada e vivificada por ela. Maria permanece na Palavra e acontece o que diz Jesus no Evangelho de João: «Quem permanece em mim e eu nele esse dá muito fruto».

Conclusão:

Em Maria está presente a verdadeira grandeza e a profunda simplicidade da esperança. A Esperança consiste na permanente relação com Deus, de maneira a que a pessoa se torne cada vez mais aberta a Ele, de tal maneira que esta relação tome o cunho da esponsalidade e da maternidade.

Na carmelita descalça

A Vocação da Carmelita descalça está definida de forma muito bela no nº 10 das Constituições.

Daqui destaco apenas uma frase: O compromisso de viver em oração continua alimenta-se com a fé, a esperança e o amor a Deus.

A carmelita tem uma promessa, a da união com Deus, e é para aí que tendem todas as suas obras.

É pela união com Deus que se colabora:

Na renovação da Igreja

Na salvação dos irmãos,

Na construção de um mundo de paz e fraternidade

Que nos tornamos presença de Deus para muitos.

É porque todos os nossos esforços, trabalhos, sacrifícios, renuncias e orações tendem para a união com Deus, que tudo faz sentido.

Deus quer viver em nós a união: Ele já fez tudo da parte d’Ele. Agora falta a nossa.

O nosso esforço, o nosso trabalho, a nossa oração nunca serão em vão, porque a esperança não falha, nem engana e porque «o Amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito santo que nos foi dado.»

4. Em tempos de “desesperança”, o que pode comunicar uma carmelita descalça desde a sua clausura?

O Mesmo que o Anjo Gabriel a Maria, em Nazaré. Ser anunciadora de esperança. Fazer à Humanidade e ao Mundo a Anunciação do tempo novo que nos foi dado.

A anunciação do Anjo a Maria: “Alegra-te. Cheia de Graça. O Senhor está contigo.” É isto que S. Paulo faz na sua carta aos romanos: faz-lhes um anúncio de esperança com outras palavras, palavras dirigidas a eles, mas que contêm exatamente o mesmo anúncio.

A Maria o Anjo diz: Alegra-te, Cheia de Graça. O Senhor está contigo.

Aos Romanos Paulo escreve:

Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. 2

Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3Mais ainda, gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, 4a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança. 

Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Rm 5, 1-5

Vejamos:

«justificados pela fé, estamos em paz com Deus» Isto é o maior convite de alegria que Paulo podia fazer. É um convite que brota do lado aberto do Ressuscitado, porque nos justifica e nos dá a paz com Deus. A justificação produz a paz e a paz com Deus e a paz alegria. Alegra-te é o primeiro anúncio.

Paulo continua dizendo:

«Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3Mais ainda, gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, 4a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança.»

Paulo apresenta-nos a plenitude da Graça que estamos chamados a viver. A graça que no seu dinamismo próprio produz a esperança. Nós temos aqui um dinamismo próprio de cultivar a esperança. Uma esperança provada e firme. Uma esperança cheia de graça.

E por último:

Paulo diz: Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

É exatamente o mesmo anúncio feito a Maria: O Senhor está contigo.

O Senhor está connosco pelo amor derramado em nossos corações e pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Alegra-te
Quem quer que tu sejas,
Porque Deus decidiu cobrir-te com a sua graça
E permanecer para sempre contigo,
Porque amor foi derramado no teu coração,
Pelo Espírito Santo que te foi dado.

Alegra-te,
Porque a esperança não falha, nem engana
E Deus deu-te pés de esperança
Para voares até Ele.
Alegra-te, Humanidade, cheia de graça, porque o Senhor está contigo!

Irmã Ana Sofia da Cruz, ocd