Tomando os ensinamentos do Livro da Vida e dos seus demais escritos, ofereço uma carta que ela não escreveu, mas que está composta a partir dos seus textos pelo que a podemos ler perfeitamente como dirigida por ela a cada um de nós, com o seu estilo directo e interpelante. Iniciamos como ela faz em seu epistolário: Jesus, o Espírito Santo esteja com vossa mercê.

Deus procura-nos e chama-nos

Encontrando-me eu neste “pombalito” da Virgem chegou-me a notícia do seu interesse pelas coisas do Espírito que me deixou muito contente. E já que tanto me importunou para que me escrevesse algo do que eu entendo sobre assuntos de oração, ponho aqui de seguida algumas das coisas que tenho escritas noutros lugares, com a confiança de quem o ler aproveite para amar um pouco mais a Nosso Senhor, a quem seja dada glória para sempre. Amén.

Pois falando dos que começam a ser servos do amor (que não me parece outra coisa o determinar-se a seguir a Quem tanto nos amou pelo caminho da oração), é uma dignidade tão grande que me regalo muito de pensar que podemos ter um trato íntimo com Deus, que se rebaixa de boa vontade a tratar com os seus servos. Se fizermos o que podemos em dispormo-nos para acolher os bens que Ele nos quer oferecer na oração, Sua Majestade nos abrirá os tesouros do Seu coração, porque não se nega a ninguém que o busque com sinceridade.

Do que tenho por experiência posso dizer: é que por males que faça quem começou a oração, não a deixe pois é um meio por onde pode remediar-se e sem ela será muito mais dificultoso. E quem não a começou, por amor do Senhor lhe rogo que não careça de tanto bem. Foi Deus quem nos amou primeiro e nos procura e nos chama com grandes brados e está desejando manifestar-se a nós… E só nos pede que nos disponhamos na oração para poder regalar-nos.