Deus é tão amigo que o governo
e trato do homem
seja por outro homem a ele semelhante,
e que o homem seja dirigido e governado
por razão natural,
que totalmente quer que
não demos inteiro crédito às coisas
que sobrenaturalmente nos comunica,
nem que em nós façam força
confirmada e segura
até que passem por este aqueduto humano
da boca do homem.
E assim, sempre que alguma coisa
diz ou revela à alma,
di-lo de maneira a pôr
na mesma alma uma inclinação
para o dizer a quem convém que se diga;
e até isto se fazer
não costuma dar inteira satisfação,
por o homem não o ter tomado
de outro homem semelhante a ele.
S 22, 9
Eulogio Pacho, As mais belas páginas de S. João da Cruz, Edições Carmelo, Avessadas p. 79.