É necessário pressupor uma verdade, e é:
que, como muitas vezes o sentido
da parte inferior do homem,
não é nem pode ser capaz de conhecer
nem compreender a Deus como Deus é.
De maneira que nem a vista O pode ver,
nem coisa que com Ele se pareça,
nem o ouvido ouvir a sua voz,
nem som que se lhe pareça,
nem o olfacto pode cheirar cheiro tão suave,
nem o gosto alcança sabor tão subido e saboroso,
nem o tacto pode sentir toque tão delicado
e tão deleitável, nem coisa semelhante;
a sua forma, nem figura alguma que o represente,
pode cair no pensamento nem na imaginação,
dizendo-o Isaías (64, 4; 1 Co 2, 9) assim:
Nem o olho O viu,
nem ouvido ouviu,
nem caiu no coração do homem.

S 3, 24, 2

Eulogio Pacho, As mais belas páginas de S. João da Cruz, Edições Carmelo, Avessadas p.27.