Neste caminho

é preciso caminhar sempre para chegar,

ou seja ir sempre suprimindo quereres,

e não os sustentar.

E, se não se chega a suprimi-los a todos,

não se acaba de chegar.

Porque assim como a madeira

se não transforma em fogo

por um só grau de calor

que falte na sua disposição,

assim a alma não se transformará em Deus

tendo uma imperfeição,

nem que seja ainda menos que apetite voluntário;

porque a alma não tem mais que uma vontade,

e se a embaraça e emprega em algo,

não fica livre, só e pura,

como se requer para a divina transformação.

S 1, 11, 6

Eulogio Pacho, As mais belas páginas de S. João da Cruz, Edições Carmelo, Avessadas p. 88.